Não podemos levar os magistrados à exaustão, diz presidente do TJ-SP
O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Geraldo Pinheiro Franco, disse nesta sexta-feira (14/2) que, devido à grande quantidade de processos, os juízes não conseguem mais julgar caso por caso. Por isso, segundo ele, os métodos alternativos de solução de conflito são de extrema importância para desafogar o Judiciário.
Pinheiro Franco participou de uma reunião-almoço promovida pelo Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp). Ele deu uma palestra sobre os desafios do Judiciário paulista e apresentou números da produtividade em primeira e segunda instância, que bateram recorde em 2019. "O tribunal julga 21% a mais de processos que recebe", afirmou.
"Nós, magistrados, precisamos mudar nossa cultura interna. Precisamos entender que não é mais possível julgar caso a caso. O cidadão não pode esperar que a Justiça seja feita quando for possível. As questões repetitivas devem ser tratadas de forma objetiva e célere", afirmou. Para ele, a desjudicialização é um caminho necessário e efetivo: "A cultura da litigância é extremamente negativa. Hoje, é mais fácil entrar com uma ação".
O presidente defendeu o aperfeiçoamento das condições de trabalho de magistrados e servidores, o que inclui investimentos em informatização e novas tecnologias, mas também cuidados com a saúde física e mental dos profissionais. "Os juízes precisam de tempo e condições adequadas para julgar seus casos. Não podemos levar os magistrados à exaustão", disse Pinheiro Franco.
"Uma questão que me aflige muito, e inclusive enfrentei de forma muito corriqueira e triste na Corregedoria-Geral de Justiça, foi a saúde de servidores e magistrados. O ritmo de trabalho no Judiciário não é de conhecimento da sociedade. O tribunal precisa prestar auxílio na saúde física e mental de seus profissionais — também na parte preventiva. Acompanhei inúmeros colegas extraordinários sofrendo com males como alcoolismo e depressão", afirmou.
A defesa da autonomia administrativa e financeira do tribunal também foi abordada por Pinheiro Franco, assim como a defesa do próprio Poder Judiciário: "Precisamos zelar pela nossa reputação e permanecer vigilantes a críticas. Se elas forem procedentes, nossa obrigação é corrigir imediatamente. Se elas forem improcedentes, devemos responder nos limites da lei".
A fala gerou aplausos do público presente. Pinheiro Franco continuou no assunto e disse que o Judiciário de São Paulo não pode aceitar "leviandades", nem se sujeitar ao que "as redes sociais impõem a outros organismos do Judiciário", principalmente em relação aos tribunais superiores.
Pinheiro Franco participou de uma reunião-almoço promovida pelo Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp). Ele deu uma palestra sobre os desafios do Judiciário paulista e apresentou números da produtividade em primeira e segunda instância, que bateram recorde em 2019. "O tribunal julga 21% a mais de processos que recebe", concluiu.
(Por Tábata Viapiana / Fonte: Conjur)
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3 Comentários
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Certíssima a pontuação!
"A cultura da litigância é extremamente negativa. Hoje, é mais fácil entrar com uma ação".
Danado é que o cidadão não quer autocompor...
Complicado.
... "Os juízes precisam de tempo e condições adequadas para julgar seus casos. Não podemos levar os magistrados à exaustão", disse Pinheiro Franco.
"Uma questão que me aflige muito, e inclusive enfrentei de forma muito corriqueira e triste na Corregedoria-Geral de Justiça, foi a saúde de servidores e magistrados. O ritmo de trabalho no Judiciário não é de conhecimento da sociedade. O tribunal precisa prestar auxílio na saúde física e mental de seus profissionais — também na parte preventiva. Acompanhei inúmeros colegas extraordinários sofrendo com males como alcoolismo e depressão", afirmou.
Juízes doentes, servidores doentes, advogados doentes e sociedade insatisfeita.
Que chato! continuar lendo
Rapaz, cabe uma baita de uma matéria!
- Saúde Mental dos Magistrados e Servidores
Muito se fala da saúde mental dos Advogados, mas, e eles? continuar lendo
E a saúde do cidadão que recorre à justiça e fica refem da morosidade, dos infinitos recursos e outras malandragens jurídicas protelatórias? continuar lendo